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Série The Crown retrata fenômeno de Inversão Térmica

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Série The Crown retrata fenômeno de Inversão Térmica

A série "The Crown", da Netflix, retrata, em seu quarto episódio da primeira temporada, um dos maiores desastres ambientais da história. Em dezembro de 1952 Londres enfrenta uma forte frente fria que obriga seus moradores a depender intensamente da queima de carvão para aquecimento. No entanto, a cidade já havia exportado o carvão de melhor qualidade, deixando a população com o de baixa qualidade, abundante em enxofre. A combinação desse cenário com a inversão térmica resultou em um acúmulo crescente de poluentes na atmosfera. Como resultado, os óxidos metálicos presentes foram catalisados e convertidos de dióxido de enxofre em trióxido de enxofre e ácido sulfúrico, levando a uma atmosfera extremamente ácida. Essa reação química, combinada com a presença da névoa natural e altas quantidades de fumaça preta, contribuíram para a formação de uma névoa espessa e densa que envolveu a cidade (POLIVKA, 2018).

 

A inversão térmica é um fenômeno meteorológico caracterizado pelo aprisionamento da camada de ar quente, que está em contato com a superfície da terra, pela camada de ar frio, o que inibe a convecção natural entre essas massas de ar. Como resultado, os poluentes ficam confinados próximo à superfície, levando ao acúmulo de altas concentrações de poluentes. É importante ressaltar que esse fenômeno ocorre com maior frequência durante o período noturno, resultando no acúmulo de poluentes atmosféricos para o dia seguinte. Assim, em áreas com alta concentração de fontes poluentes do ar, como veículos e indústrias, a inversão térmica pode colocar em risco a qualidade do ar e, consequentemente, a saúde humana (NIDZGORSKA-LENCEWICZ & CZARNECKA, 2020) .

 

Durante esse evento, uma parcela significativa da população mais pobre de Londres foi exposta a uma nuvem com altas concentrações de poluentes, como trióxido de enxofre e ácido sulfúrico, resultando em infecções do trato respiratório e obstruções das vias aéreas devido à deposição de secreções. Estima-se que esse episódio de smog tenha causado a morte de aproximadamente 4.000 pessoas em apenas uma semana, além de deixar cerca de 100.000 pessoas com problemas respiratórios (BELL & DAVIS, 2001).

 

O profundo impacto na vida humana despertou um grande impulso nos movimentos ambientalistas, levando a reflexões sobre a poluição atmosférica e suas consequências letais. Isso, por sua vez, gerou à introdução de novos regulamentos e normas legais, incluindo a Lei do Ar Limpo de 1956 e a Lei do Ar Limpo de 1968, que estabelecem medidas em prol do controle da poluição do ar (FRIENDS OF THE EARTH, 2017).

 

Autora: Manuella Faustina de Castro Pimenta


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Referências

 

BELL, M. L., & DAVIS, D. L. Reassessment of the lethal London fog of 1952: Novel indicators of acute and chronic consequences of acute exposure to air pollution. Environmental Health Perspectives. v. 109, n. 3, p. 389–394, jun. 2001. https://doi.org/10.1289/ehp.01109s3389

 

FRIENDS OF THE EARTH. The London smog and 1956 Clean Air Act. Friends of the Earth, abr. 2017. Disponível em: https://friendsoftheearth.uk/climate/london-smog-and-1956-clean-air-act.Acessso em: 12 de maio de 2023.

 

NIDZGORSKA-LENCEWICZ, J., & CZARNECKA, M. Thermal Inversion and Particulate Matter Concentration in Wrocław in Winter Season. Atmosphere. v. 11, n. 12, dez. 2020. https://doi.org/10.3390/atmos11121351.

 

POLIVKA, B. J. The Great London Smog of 1952. AJN The American Journal of Nursing. v. 118, n. 4. p. 57 - 61, abr. 2018. https://doi.org/10.1097/01.NAJ.0000532078.72372.c3



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